Marcelo Marcos Morales é imortal

No dia 14 de junho, o pesquisador Marcelo Marcos Morales, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-secretário da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), tomou posse como membro titular da Academia Nacional de Medicina (ANM), no Rio de Janeiro.

Ocupante da cadeira 93 da Secção de Ciências Aplicadas à Medicina, Marcelo Morales é o mais novo entre os 100 membros da academia e, em seu discurso de posse, destacou o sentimento de plenitude que o invadia nesse momento tão solene. Ainda durante o discurso, resumiu as biografias dos ilustres acadêmicos que o precederam e suas realizações. Belizário Penna é considerado o patrono da cadeira 93 e o seu último ocupante foi o médico biofísico Gilberto Mendes de Oliveira Castro.

Filho de uma professora primária e de um funcionário público e juiz de tributos do estado de São Paulo, Morales enalteceu o amor recebido da família como um dos pilares para a construção de sua trajetória acadêmica e científica, além de sua formação moral e, principalmente, do espírito de solidariedade ao próximo. Ressaltou ainda a influência de antigos mestres, a colaboração irrestrita de funcionários e alunos e as parcerias com outros docentes do Instituto de Biofísica da UFRJ.

A acadêmica e também pesquisadora da UFRJ, Patrícia Rocco, foi a escolhida para saudá-lo como novo membro da ANM. Em seu pronunciamento, Rocco elegeu a perseverança de Morales em perseguir seus sonhos como uma de suas características marcantes. Como exemplo, contou a saga de Morales para entrar no curso de Medicina da Universidade de São Paulo. Outro, foi o período em que passou na Johns Hopkins University e que definiu seu futuro na pesquisa biomédica no Brasil.

Rocco ainda selecionou algumas importantes contribuições da pesquisa de Morales. Entre as quais, os estudos sobre expressão gênica de transportadores iônicos no epitélio renal e pulmonar; as terapias celulares (células tronco) em modelos de doenças renais e pulmonares; e a terapia gênica em modelos animais, utilizando vetores virais e não virais (nanopartículas). Seus resultados de pesquisa pré-clinica, disse, já estão em fase de testes em seres humanos, tal como como ocorre com a terapia utilizando células tronco derivadas de medula óssea para o tratamento da silicose pulmonar, asma, enfisema, glomeruloesclerose segmentar e focal.

Ao final da cerimônia de posse, um brinde ao novo acadêmico foi feito no salão nobre da ANM. A Academia Nacional de Medicina foi criada em 1829 e é considerada a mais antiga instituição de ciência e cultura do Brasil.