Carta do Presidente

Ao assumir a Presidência da FeSBE, gostaria de enviar uma mensagem de otimismo. Sim, otimismo!

É evidente que estamos imersos em um mar de más notícias que nos atingem de várias maneiras. É visível o recrudescimento, as restrições, a corrupção e as más condutas.

O noticiário nunca esteve tão ativo. Porém, ao contrário de situações do passado, nunca houve tanta liberdade. Liberdade de ir e vir, liberdade de comunicação, liberdade de reuniões. Liberdade da crítica e, principalmente, a liberdade do pensamento.

Num cenário assim, é salutar olhar para as demandas e buscar encontrar o equilíbrio. Sabidamente enfrentaremos o corporativismo, o servilismo e o fisiologismo, mas nunca estivemos tão prontos a trabalhar para minimizar seus efeitos nocivos.

Sinto que estamos com os olhos mais abertos e, por mais que a realidade seja dura, estamos também mais sensíveis ao que é errado e ao que é danoso.

Nunca o ativismo esteve tão em moda e, estou certo, nunca foi tão necessário.

O ativismo em favor da ciência, em particular em nosso país, nunca foi tão necessário. Neste momento, nada melhor do que indagar qual a função das sociedades científicas e, no nosso caso, qual a função de uma Federação.

Acredito que, a primeira das suas funções é esclarecer continuamente e ampliar os horizontes. Por mais que a atividade científica suponha a busca pela verdade, a atividade em si e os locais em que ela é feita, não estão livres da limitação pessoal, e daquela do grupo restrito, em ver mais longe e em ver mais claramente.

As Sociedades Científicas prestam-se a arejar a ideias e colocá-las em prática num contexto mais amplo. Na minha opinião, a função das Federações é buscar o equilíbrio, agir antes e agir precisamente, em nome das suas afiliadas.

É com este espírito e intenção que assumo a Presidência da FeSBE, ao lado dos meus colegas diretores Cláudia do Ó Pessoa, Gustavo P. Amarante-Mendes, Marcel Frajblat, Ana Paula Davel e Ana Carolina Takakura.

Nosso grande desafio será integrar as diferentes sociedades, com dimensões e históricos diferentes, com aspirações e características próprias, sem distorcer suas filosofias, garantindo a manutenção de suas identidades e propósitos, estimulando a multi- e a interdisciplinaridade, mas preservando o que cada sociedade tem de melhor.

Durante o último ano recolhi uma boa quantidade de impressões e sugestões. Algumas delas terão atenção imediata, procurando fixar em nossas ações o que nos foi trazido como observações ou anseios. Continuaremos receptivos e incorporaremos o que for factível e que possa trazer o benefício geral.

Esperamos que os dois próximos anos sejam produtivos e que, juntamente, consigamos encontrar um caminho que leve à preservação e ao avanço da ciência brasileira, nas áreas de nossas competências.

Hernandes F Carvalho